Em 29 de janeiro de 1845 um dos poemas mais conhecidos da língua inglesa era publicado na New York Evening Mirror: The Raven, de Edgar Allan Poe.
Com clara musicalidade e alusões ao sobrenatural, este poema narrativo tem feito parte do imaginário cultural - especialmente o norte-americano -, sendo adaptado para filmes, parodiado e citado em HQs e na literatura.
Entre os legados do nosso poeta português Fernando Pessoa, há uma belíssima tradução de The Raven. Reproduzo abaixo as primeiras estrofes. Para quem quiser lê-lo inteiro, logo após as imagens seguem os links para o original e a tradução.
O CORVO
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".
[Fonte: http://www.insite.com.br/art/pessoa/coligidas/trad/921.php]
Ilustração de Gustave Doré para o trecho "Not the least obeisance made he..."/
"Não fez nenhum cumprimento...". (1884)
[Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Raven]
Ilustração de Gustave Doré para os versos finais do poema. (s/d.)
[Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Raven]
Para ler o original na íntegra, acesse:
Para ler a tradução na íntegra, acesse:
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