sábado, 11 de fevereiro de 2012

O instigante teatro do jovem Tennessee Williams pela leitura do Grupo TAPA

Quem só conhece os trabalhos canônicos do dramaturgo norte-americano Tennessee Williams, tais como The Glass Menagerie (Zoológico de Vidro / À Margem da Vida),  A Streetcar Named Desire (Um Bonde Chamado Desejo) e Cat on a Hot Tin Roof (Gata em Teto de Zinco Quente), também vai se interessar em conhecer a sua produção anterior. As leituras dramáticas a serem realizadas pelo Grupo TAPA (veja o cartaz abaixo) englobarão três peças de um ato e um texto intitulado The Catastrophe of Success (A Catástrofe do Sucesso).

Sobre esse texto, é preciso dizer que Williams primeiramente publicou-o no The New York Times em 30 de novembro de 1947 (dias antes da estreia de Streetcar...) sob o título On a Streetcar Named Success (Num Bonde Chamado Sucesso), mais tarde expandindo-o para uma introdução da edição de The Glass Menagerie, peça que o elevou à categoria de grande autor da Broadway, com todos os benefícios e prejuízos que isso traria à sua carreira, é bom dizer.

As três peças cujas traduções serão dramatizadas são The Pink Bedroom (O Quarto Rosa), Mr. Paradise e  Escape (Fuga).

[Os trechos abaixo contém spoilers.]

Em Mr. Paradise, Garota visita Mr. Anthony Paradise (pseudônimo de Jonathan Jones) em sua esquálida residência. Ele é autor de um livro de poemas que ela alega ter mudado sua vida, querendo que ele se revele para o mundo. Ela planeja organizar palestras, leituras etc. para que ele seja reconhecido. A Garota tenta convencer Mr. Paradise, mas ele aos poucos dissolve os argumentos dela alegando que os tempos mudaram. 

O Quarto Rosa apresenta um casal discutindo a relação (no quarto rosa do título). A Mulher acusa o Homem de não ser o mesmo que era antes. Ao final, quando a mulher manda este amante embora, ela recebe um outro em seu quarto.

Em Fuga, três presidiários acompanham a tentativa de fuga de seu amigo Billy, que quer alcançar a linha do trem para fugir.Billy é perseguido por guardas e cães que querem capturá-lo vivo ou morto. 

Os enredos parecem simples e por vezes o são, mas é nos diálogos que se encontra a maestria de Williams, que rompe com a estrutura dramática, flagrando situações-limite. Em todas as peças, fica evidente como a estrutura sócio-histórica não é mero pano de fundo, como muitos a-do-ram dizer sobre a obra do autor. Também estão longe do pretenso "realismo psicológico" que o consagrou. Essa leitura é uma ótima oportunidade para quem quer conhecer um pouco mais a obra do autor. 

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